terça-feira, 28 de outubro de 2008

é..

tempo
o que me separa agora
e o que me unirá
depois.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Quem me lê?

Quais aqueles que me lêem e desconheço?
Quantas palavras ficam do que digo?
Quantas ecoam?
Quais reverberam?
Alguma tem valor? Ou validade?
Alguma já venceu?
Quais já alcançaram objetivos?

Quantas ainda chegam a você?

Perfect Symmetry

I took off my clothes and
I ran to the ocean
Looking for somewhere to start a-new
And when I was drowning in that holy water
All I could think of was you


- Je souhaiterai m’immerger dans les profondeurs des mers, y disparaître pour ne plus jamais être vu



(e eu que duvidava da qualidade do novo álbum)

sábado, 25 de outubro de 2008

Vinte e nove

Perdi vinte em vinte e nove amizades
Por conta de uma pedra em minhas mãos
Embriaguei morrendo vinte e nove vezes
Estou aprendendo a viver sem você
Já que você não me quer mais
Passei vinte e nove meses num navio
E vinte e nove dias na prisão
E aos vinte e nove com o retorno de saturno
Decidi começar a viver
Quando você deixou de me amar
Aprendi a perdoar e a pedir perdão
E vinte e nove anjos me saudaram
E tive vinte e nove amigos outra vez.


(Já dizia que se eu fosse uma música do Legião, seria essa. E não mudei de opinião..)

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

e o chão parece dissolver.

E nada está fazendo muito sentido mesmo.
E os espaços parecem mais apertados, e as pessoas menos simpáticas.
E eu estou ficando no fundo de um cenário que antes era meu, um pouco secundária em meus ambientes preferidos.
E o que fazer com a rotina se já não me adapto?
Se já não me sinto confortável em meus costumes?
Minhas roupas parecem de outra, não sei mais o que gosto.
Nem o que me faz falta.


Estou em um enorme processo de backup.
Mas não sei quais arquivos recuperar, ou quais podem ser recuperados.


Após um abalo sofrísmico, o chão parece dissolvido.
Mal posso ficar parada, tudo se move, menos eu.
Então é hora de mover junto.

Melhor andar que se deixar levar. Então eu vou.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

suspirinho.

Boa noite, bom aniversário, bom bolo.
Muita dor de cabeça e muita cólica.
Bom bicho-de-pé, ótimo brigadeiro.
Uma batedeira queimada, falta de ovos.
Bater o bolo à mão.
Péssima escolha de música de parabéns.
Mas era Beatles.
Péssimo estado visual do bolo.
Risadas até doer a barriga.
Espumante em copinhos de plástico.
Um presente de aniversário foda.

Uma noite de comemoração,
15 anos de irmãzinha.

sábado, 18 de outubro de 2008

Um piano.

Um piano
No centro de São Paulo.
Na estação da Luz,
Um piano de rua.
Gente da rua parou para ouvir.
Alguém tocava, com a mochila nas costas.
A melodia "My Way", enquanto todos paravam.
A música entrava pelas bocas embasbacadas,
daqueles que nunca ouviam a música,
Pois seguiam seus caminhos.
As teclas dedilhadas iluminavam a estação, os rostos, os passos.

"Toque-me, sou seu".

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Cheguei à praia.

A sensação de afogamento já não me acompanha pelas manhãs, aonde eu fosse ou o que eu fizesse. Já posso abrir a boca sem engolir água. Minhas narinas já absorvem o ar sem que ele fique preso à garganta.

Volto a perceber a vida aqui dentro. Ela se move. Está me sacudindo.

Após pular de cabeça no mar, tive meu colete salva-vidas arrancado. Desespero, medo, sensação de perda, de fim. Mas, após quase me afogar, consegui nadar e chegar à praia.

Agora é só esperar a respiração se normalizar e a água sair totalmente dos pulmões.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Um verso.

Para que tanta dor? E o amor que vai sumindo, adelgaça, esvoaça, esvoaça...

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Às vezes alguém já escreveu exatamente aquilo que queríamos dizer.

The Space Between

Você não pode desistir de mim tão rápido.
Não tem nenhuma esperança dentro de você para mim?
Nenhum canto onde você possa me fazer caber?
Mas eu tenho todo o tempo do mundo pra você, amor.

O espaço entre as lágrimas que choramos,
É a risada que nos faz voltar querendo mais.
O espaço entre as mentiras terríveis que dizemos
E esperamos que protejam da dor.

Mas será que te abraçarei de novo?
Estas palavras volúveis e inebriantes me confundem,
Tipo: "Será que vai chover hoje?"
Desperdiçamos as horas com conversas e mais conversas,
Estes jogos falsos que jogamos.

Nós somos estranhos aliados
Com corações em guerra.
Que fera de olhos agitados você seria.
O espaço entre as mentiras terríveis que dizemos
E esperamos que protejam da dor.

Eu te abraçarei de novo?
Eu...

Olhe para nós rodando sem controle
Na loucura de uma montanha-russa.
Você sabe que você saiu feito um diabo
Dentro de uma igreja lotada.
Tudo o que podemos fazer, meu amor
É esperar que não afundemos de vez este barco.

O espaço entre o lugar em que você sorri plenamente
É onde você vai me encontrar se eu conseguir ir.
O espaço entre as balas em nosso tiroteio
É onde você me encontrará escondido, esperando por você.

A chuva que cai
Molha seu coração
E corre como tristeza pela janela, para dentro de mim.

O espaço entre nossas mentiras terríveis
É onde esperamos nos protejer de dor.
Pegue minha mão
Porque nós vamos sair daqui,
Sair daqui.

O amor é tudo de que precisamos, querido.
O espaço entre o que está errado ou certo
É onde você me encontrará escondido, esperando por você.
O espaço entre o seu coração e o meu
É o espaço que preencheremos com o tempo.
O espaço entre as lágrimas que choramos,
É a risada que nos faz voltar querendo mais.
O espaço entre as mentiras terríveis que dizemos
E esperamos que protejam da dor.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Cabem ainda palavras no vazio imenso que me fica?
Pode mais vazio no sozinho que me cabe?
Se você ficasse agora, o vazio seria sólido,
E solidária a solidão.

Não desejo que fique, mas que volte.

Nada acaba até caber,
Nada cabe até acabar.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

A três

Ana,
Passarei a noite ao seu lado, abraçando-te com minhas retinas,
Frente a frente, deixando-te derramar em mim suas palavras.
E meus olhos de mulher te beijarão blue,
Com a minha intensidade de mulher,
Mas cansada de um dia espaçado.
E olharei muito tempo teu corpo,
Tuas linhas,
Até, nua de ruídos, adormecer.

Talvez o Pedro procure por nós,
Entre tantos lençóis desarrumados, estendidas, espraiadas.
Nos faça íntimas carícias com sua voz
Em nossos ouvidos,
Encoste os lábios em nossos umbigos,
E assim será seguro amanhecer.






("Se realidade não se fez realizar, a imaginação fará")

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

simples

Um peixe é só um peixe
Uma flor é só uma flor
O mundo é só o mundo.

Eu queria ser, mas não sou um peixe
Uma flor
Um mundo

Não sei ser só.