terça-feira, 30 de setembro de 2008

Em favor da trema

Linguistica
Cinquenta
Linguiça
Equino
Liquidificador
Liquidação
Pinguim
Sagui
Ambiguidade
Unguento
Consequência
Antiguidade
Subsequente
Aguentar
Sequestrador
Sequela
Tranquilidade
Sanguíneo

Por essas e por tantas outras palavras que ficarão no mínimo toscas, eu digo que FIQUE!

("Ninguém aguenta" = como se pode ler isso sem ter dúvidas? Que a trema volte até às palavras que já a perderam antes da reforma..)

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Cantiga de amigo

Ondas do mar sofrido,
Têm notícias do meu amigo?
"As pessoas protegem o que amam"

Ondas do mar calado,
Viram talvez o meu amado?
"As pessoas protegem o que amam"

Se souberem do meu amigo,
Peçam a ele atenção e abrigo.
"As pessoas protegem o que amam"

Se então virem o meu amado,
Peçam a ele todo o cuidado.
"As pessoas protegem o que amam"

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

So Damn Lucky

Everything's different, my head in the clouds

And I love it, Oh, so well..

Excuse me please, one more song..

It's amazing what the music can do.


Só porque eu não aguento mais esperar até domingo
E porque eu já deixei recados para um Dave Matthews no Twitter (verdadeiro? pode ser)
E porque eu teria aprendido a andar de bicicleta em um mês, só pela camiseta do show
E porque vou até o Jockey, sem saber como ainda, pelo show
E porque eu amo o transe em que me encontro ouvindo Some Devil
E porque essa voz mexe em alguma coisa aqui dentro
E porque verei "de perto" a boquinha torta
E porque eu comprei os ingressos no primeiro ou segundo dia de venda, e ainda tem sobrando
E porque ainda terá Vanessa da Mata, Ben Harper e Seu Jorge
E porque ainda é um evento ambiental que terá sanduíches naturais à venda
- e sucos no lugar de cerveja
E porque eu assistiria até NX Zero feliz para poder ver o Dave
- mas felizmente não precisarei, pq essa caca é bem antes, posso chegar depois

(I'm so damn lucky
- mesmo depois de ser acometida por um cocô de pássaro.)

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Flagelos

A luminosidade intensa
cega as lágrimas.
No chão quebradiço
nada mais cresce.

Mas agosto passa, aproxima setembro
vem a sombra..
silêncio e receosa expectativa..


Os homens apontam o céu.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

"Antes verdadeira"

Despida de todas as quimeras,
das papoulas, das orquídeas,

Sentidos os espinhos, folhas caídas...
Desacredita as primaveras.





(..Confundiram-se estames e pistilos,
Tombaram os caules.

Mas o pólem foi perdido
por outras Rosas, Margaridas,
Hortênsias ou Acácias

E o miosótis - desejado -
Esquecido.

Esmaece o amor-perfeito..
E o vento carrega seu Narciso..)






Cerca-se de estigmas profundos e intocados,

Abraça-se em pétalas,
Deita e fecha em lírio as pálpebras.

As flores de plástico morrem.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Em água

Frio nos pés, peixes voam,
os relógios desfeitos dele já não dizem nada, ou tudo.
Repressão, Felicidade, Barbárie.
Escrevo.
Mente aberta, gelo, neve, azul.
Verde, meio rosto, um nada.
Estrelas.
Vazio, escuro novamente, olhos
perdidos, peixes e peixes, baleia
e uma banca de feira que também expõe encanamentos.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

..

tic

tac

tic

tac

tic

tac

..

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Sorriso de fim de tarde

Uma bela surpresa me chega!

Como um pássaro entrando pela sala, dinheiro no fundo do bolso,
Surpreendentemente bom, inesperadamente de volta,
Como uma carta perdida em gaveta, a lata de leite condensado escondida no armário.

Por favor fique desta vez, e permaneça real.

Le bal masqué.

E os pensamentos levados em torrente,
Misturam-se num baile desmedido,
Onde os mascarados são aqueles verdadeiros,
E o que se faz real é o mais incongruente.

Viva o desencadeamento delinqüente
de imagens e palavras e ações!
Deixo-me perdida na loucura,
Evanesça-se a certeza dessa mente!

Que venha, máscara entorpecente,
Livrar-me da realidade sólida!
É melhor não se saber o verdadeiro,
Que viver o mesmo engano eternamente.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

u.u

Hoje acredito que uma trepanação seja muito mais simples, segura e confortável do que uma endoscopia.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Euridice all'Ade

Ed Io che parlo, parlo di niente
Perchè niente mi chiama
Come la tua canzone.

Ed Io che vedo, ad occhi chiusi
La tua luce di stella
Che mi porta il sogno.

Ed Io che penso, non penso più
Perchè mi taglia il cuore
Un fiume di notte.

Ed Io che respiro questa aria gelata,
Sento fluire le Furie
Per tutto il mio essere.

Ed Io che ascolto queste parole semplici,
Non sono dette, nessuna,
Alla tua lingua chiusa.

Ma Io che scrivo perché nessuno mi legga,
Adesso ad aspettare
Che tu venga a cercarmi.

Ed Io non so si sto dentro l'inferno
Oppure sdraiata
Con te nel cielo.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

With a little help.

What would think if I sang out of tune,
Would you stand up and walk out on me.
Lend me your ears and I'll sing you a song,
And I'll try not to sing out of key.
Oh I get by with a little help from my friends,
He gets high with a little help from his friends,
Oh I'm gonna try with a little help from my friends.

What do I do when my love is away?
(Does it worry you to be alone?)
How do I feel by the end of the day?
(Are you sad because you're on your own?)
No, I get by with a little help from my friends,
Mmm I get high with a little help from my friends,
Mmm I'm gonna to try with a little help from my friends

Thank you all.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Poucas palavras para muitas

sensações.

Indescrensáveis inimaginíficas.



Mas só pude retribuir com sorrisos.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Acaso

"O acaso tem destes sortilégios, a necessidade, não. Para um amor se tornar inesquecível é preciso que, desde o primeiro momento, os acasos se reúnam nele como os pássaros nos ombros de São Francisco de Assis."

"Só o acaso pode ser interpretado como uma mensagem. O que acontece por necessidade, o que já era esperado e se repete todosos dias é perfeitamente mudo. Só o acaso fala. Nele é que deve tentar-se ler, como as ciganas fazem com as figuras deixadas no fundo de uma chávena pela borra do café."

(passagens de A Insustentável Leveza do Ser, Milan Kundera)



"Deixe, pois, que o acaso faça de mim o que quiser."

(frase de A Dama das Camélias, Alexandre Dumas Fils)


Para deixarmos que o dia se leve ao acaso.
Para fazermos as coisas totalmente por acaso.
Para o caso de encontrarmos as pessoas por acaso.

Porque só o acaso salva.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Mon soleil couchant

A flor tomba entregando seus perfumes
Mas só percebo após a ter pisado,
E passo pelo mato já arruinado
(as ruínas mantêm os bons costumes)

E sentada na calçada de cimento
Penso aquele (que nem anjo nem demônio),
Ao pôr-do-sol que já não é meu,
E já não é meu o tal outono.

Não tenho falta da presença em carne,
Não faço caso da inútil juventude
Ou de nosso tempo que em rio se esvai.

Que acabe!

Que o coração volte a apenas bombear
E o sentido de tudo não seja sentido.

E que acordemos à luz do meio dia
Para saber as ruas repletas do andar
De corpos descoloridos sem faces.
E na realidade nem me importaria

Se Eu morresse amanhã.